Trabalho remoto

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Vanda Moura

A pandemia levou diversos profissionais ao home office; aproveite o momento para criar espaço propício para isso e rever a rotina.
 
Vários profissionais trocaram escritórios, salas de atendimento de terapia e espaços com outras funções pela segurança do lar. A sugestão adotada por autônomos e empresas é maneira de tentar conter o avanço do novo coronavírus  no País, além de um pedido de autoridades e órgãos de saúde, que tem surtido resultado resultado para salvar vidas.
Mas trabalhar em casa exige alguns cuidados para que a labuta renda como se deve. Segundo a personal organizer Juliana Aragon, é preciso escolher, caso tenha essa possibilidade, por um ambiente silencioso, com iluminação adequada, longe do vaivém da casa e sons que possam causar distração. “Uma cadeira confortável também é essencial para manter sua maior concentração”, explica.

Segundo a profissional, a rotina é importantíssima para quem está embarcando pela primeira vez no home office. Ela diz que é importante ter horário para acordar e tomar o café da manhã. “Vestir-se adequadamente, como se realmente estivesse indo para o escritório, e organizar pausas no trabalho. Sabe aquele horário do café no meio da tarde?”, lembra. Ainda que esteja em casa as pausas são importantes para o devido descanso.
 
Ela diz que é bom ter claro qual a carga de trabalho, como se estivesse fisicamente na empresa. “Dessa forma consegue se organizar melhor quando sua jornada deve começar e quando deve terminar. Não é porque está fora do escritório que precisa responder àquele e-mail que chega muito tarde. Em épocas de crises e muitas mudanças nas rotinas o bom senso e muita conversa com os colegas sempre são boas saídas.”
 
Segundo a personal organizer, algumas tentações para quem está no trabalho à distância devem ser evitadas. Entre elas atender àquele telefone da mãe ou da tia no meio da tarde. A conversa gostosa deve ser deixada para o fim da jornada de trabalho. As pausas para um café e esticada no corpo são necessárias, mas não a cada dez minutos.
Para quem tem filho em casa, quando surgir aquele convite tentador para participar do jogo de videogame ou outra brincadeira no meio do expediente, o ideal é manter o horário estipulado e fazer isso só após o trabalho.
 
“E o pedido de colo manhoso  do filho intrigado com a presença da mãe em casa? (É preciso) Muita conversa para que os pequenos entendam o porquê de toda essa mudança. Todas essas distrações podem ser evitadas se tudo for explicado, inclusive para as  crianças e demais envolvidos da casa”, explica.
 
A consultora de tecnologia Viviane Magri Erdoeg, 39 anos, de São Bernardo, já tinha o hábito de fazer home office de uma a duas vezes na semana. Depois do início dos casos da Covid-19 no Brasil, a empresa em que trabalha, na Capital paulista, aconselhou que os funcionários trabalhassem 100% remotamente.
 
Para Viviane, a maior dificuldade encontrada no home office são os pedidos da família e das pessoas próximas. “No início me pediam para fazer favores, queriam conversar etc. A frase sempre começava com ‘já que você está em casa...’”, exemplifica.
 
Outra adaptação que ela cita é em relação ao mobiliário e à infraestrutura quando ficar em casa se torna uma rotina. No início do trabalho remoto não, mas agora, um dos quartos do apartamento é dedicado exclusivamente para isso. “É necessário investir em mobiliário que não te prejudique fisicamente. Por um tempo, você até se adapta com o que tem em casa, mas, com o tempo, o corpo sente e pede, no mínimo, uma cadeira mais confortável e ergonômica”, diz.
 
No home office, a consultora diz não perceber o tempo passar, e acaba fazendo menos pausas. “Sinto que em casa trabalho mais, porém, fico bem menos cansada. Na minha opinião, acabo sendo mais produtiva para empresa e tendo uma melhor qualidade de vida também”, diz.
 
O escritório onde trabalha fica na região do Morumbi e Viviane costuma ir de ônibus, o que consome, em média, uma hora e 40 minutos de seu tempo, cada trecho. “O fato de não ter que acordar mais cedo e passar mais de três horas no trajeto ajuda muito na disposição, logo, aumenta a produtividade e qualidade de vida.”
 
No fim das contas, ela aprova estar remota.  “Acredito que ajuda muito a lidar com a pressão do trabalho, e balancear as atividades pessoais. As palavras-chave seriam responsabilidade e equilíbrio. Faça bem o seu trabalho, como se estivesse no escritório, e aproveite o tempo extra com suas coisas pessoais”, encerra.
 



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