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Vape não é caminho para largar cigarro, diz especialista

Dia Mundial sem Tabaco provoca reflexão em um momento em que, pela primeira vez desde 2007, cresce o número de fumantes no Brasil

Gabriel Gadelha
Especial para o Diário
31/05/2025 | 08:52
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FOTO: Reprodução


O cigarro eletrônico, conhecido popularmente como vape ou pod, tem ganhado espaço e se tornado cada vez mais comum entre os jovens do Grande ABC e de todo o país. A promessa de ser uma alternativa “menos prejudicial” ao cigarro tradicional e a facilidade de uso, muitas vezes em locais fechados sem grandes restrições, fazem com que o produto se espalhe com rapidez.

A Prefeitura de São Bernardo estima que 80 mil munícipes são fumantes, com prevalência masculina, na faixa etária dos 40 anos. Diadema conta com 20.912 fumantes e a faixa etária mais afetada é a de 35 a 49 anos. Já São Caetano soma 1.636. Os demais municípios não informaram até fechamento desta edição. 

Segundo o Ministério da Saúde houve crescimento de 25% no número de fumantes no Brasil entre 2023 e 2024, o que não corria desde 2007.

O publicitário Pedro Marsola, 26 anos, de Santo André, é um dos muitos que migraram do cigarro convencional para o eletrônico. Ele começou a fumar aos 15 anos e abandonou o cigarro dez anos depois, após enfrentar problemas respiratórios. “Fiquei muito doente, não conseguia respirar. Amassei o maço e joguei fora”, relembra.

Mas o alívio durou pouco. Apenas quatro meses depois, Pedro encontrou no cigarro eletrônico uma maneira de voltar ao hábito. “O vape não tem cheiro forte, as pessoas não se incomodam, então fui fumando cada vez mais”, conta.

Se a intenção era fugir dos danos do cigarro tradicional, os resultados não vieram como esperado. “Descobri que estava com bronquite, coisa que nunca apareceu nos exames em dez anos de cigarro comum”, relata. Mesmo praticando atividades físicas regularmente, o publicitário percebeu queda no desempenho e na resistência.

De acordo com a pneumologista Cristina Martins, essa falsa sensação de que o cigarro eletrônico é menos nocivo representa um risco grave à saúde pública.

“O cigarro eletrônico leva a inflamação nas vias aéreas, quadros de broncoespasmo ( chiado e falta de ar), piora de quadros prévios, como asma, maior sensibilidade a infecções, ou seja , algo parecido com o cigarro tradicional, mas temos visto que os sintomas vêm mais rapidamente e não ao longo dos anos,”, explica a médica.

“O vape, teve uma adesão grande por parte da população jovem, justamente por fatores principalmente, a palatabilidade da substância inalada, o design também atrai. A aceitação e o uso social, pode ajudar na troca do cigarro tradicional”, analisa o especialista em Clínica Analítico-Comportamental, Leonardo Bourroul.




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