Setecidades Titulo Memória
Arte fotográfica Técnicas de museologia. A pintura de José Dotta. Uma mina de grafite. Philadelpho e o Gipem.

Na sequência da Semana Rio Grande da Serra 2025, Memória revive o segundo dia do III Ciclo de Palestras sobre os 100 anos do Grande ABC: 1889-1989

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
07/05/2025 | 02:45
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“A fotografia, como o David (fotógrafo) colocou, é o acervo de praticamente todas as cidades a partir do século 19”.

Wilson Stanziani, museólogo.

Rio Grande da Serra, Câmara Municipal: terça-feira, 13 de junho de 1989.

GIPEM 

Philadelpho Braz faz a apresentação daquela noite e discorre sobre o Gipem (Grupo Independente de Pesquisadores da Memória do Grande ABC).

O Gipem é aberto a todos. Não tem cor partidária. Sua filosofia é de fazer pesquisas. É um trabalho voluntarioso, de dedicação integral e que às vezes chega até a aborrecer. Não podemos desistir.

FOTOGRAFIA

David dos Santos Rego Junior, fotógrafo. Trabalhava há seis anos no Museu de Santo André, que ainda não se chamava Museu Octaviano Armando Gaiarsa.

Por trabalhar com fotografia, me identifiquei com o trabalho de preservação fotográfica. É uma ciência muito nova, cuja técnica começou a ser despertada há quatro anos. 

Este é um ano (1989) muito importante para a fotografia, pois se comemora o sesquicentenário da sua invenção. Foi Daguerre (Louis Jacques Mandé Daguerre), em 1839, que registrou a daguerreotipia como o primeiro processo fotográfico da Academia de Ciências da França.

MUSEOLOGIA

Wilson Stanziani, coordenador do Museu de Santo André.

Hoje em dia o museu não pode ser mais estático, um gabinete de curiosidades. Hoje o museu trabalha com exposições temporárias, com temas de acordo com a localidade em que está inserido.

O museu passou a se envolver mais com a comunidade. Passou a contar histórias que despertem mais a consciência do público.

Cidades como Rio Grande da Serra, que não têm museus, podem e devem criar o Museu da Cidade, voltado ao estudo local: histórico, esportivo, socioeconômico, cultural.

Um museu deve ter, também, espaço para oficinas, com cursos de acordo com o interesse local.

E existem algumas técnicas de coleta de acervo. Uma dinâmica. Não é qualquer coisa que deva ser aceita. Deve-se criar um tema específico e trabalhar em cima dele.

PREFEITOS E VEREADORES

Stanziani – Vejo aqui em Rio Grande da Serra que já existe um acervo dos quadros dos presidentes da Câmara.

Dra. Gisela – A Prefeitura também tem. São quadros pintados pelo Sr. José Dotta.

Stanziani – Acho isso muito importante.

GRAFITE

José Dotta era italiano, nascido em 1883 e falecido no Rio Grande em 1967. Veio para Rio Grande em 1918. Com o sogro Luiz, formou uma sociedade, comprou um terreno. Pesquisou. Encontrou grafite.

Yolanda Dotta, filha de José Dotta, discorreu longamente sobre o trabalho do pai na cidade.

O grafite era tirado em bruto da mina. Vinha para a fábrica que ele (José Dotta) montou. Foram abertos túneis de 100, 200 metros de profundidade. Montou-se uma verdadeira indústria. Encontrou-se caulim, água em abundância e até pepitas de ouro.

Essa mina de grafite ainda existe. Só parou porque é antieconômica.

NOTA DA MEMÓRIA – Naquela noite de 1989, estabeleceu-se um diálogo entre a Sra. Yolanda Dotta e o museólogo Wilson Stanziani. 

Dona Yolanda ofereceu ao Museu de Santo André peças e documentos da usina de grafite, a que gerou uma das primeiras indústrias de Rio Grande da Serra.

Trinta e cinco anos depois, fica a sugestão: aquele material dos Dotta poderia ser pensado para formar no sempre aguardado, e nunca implementado, Museu de Rio Grande da Serra.

Crédito da foto 1 – Banco de Dados

IMAGEM. Rio Grande da Serra, 1976. Fotografias como esta podem criar coleções e se transformar nos primeiros passos para a formação de um museu na cidade, como ensinou Wilson Stanziani naquela noite de 1989 na cidade

NAS ONDAS DO RÁDIO

Canta Itália

O que foi o início da Primavera em Maróstica, cidade-irmã de São Bernardo, e a tradicional Festa da Mortadela.

Produção e apresentação: Marquitho Riotto. Hoje, às 20h, com reapresentação no sábado, às 23h. Rádio ABC AM (1570) e FM 81.9, em cadeia com a Rádio Web Spaghetti, de São Bernardo.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 7 de maio de 1995 – Edição 9007

IMPRENSA – Nem Folhão nem Estadão, vem aí o maior concorrente do Diário: o novo Diário.

NOTA DA MEMÓRIA – Naquele domingo, o Diário do Grande ABC anunciava sua reestruturação gráfica. E mais:

Entre os novos colunistas, as presenças de Mino Carta, Armando Nogueira e Dalila Teles Veras com crônicas semanais.

Criação de um serviço de atendimento ao leitor pelo telefone 0800-199002.

Criação do Caderno Setecidades, em substituição do Caderno Cidades & Serviços.

A coluna “Memória” conquistava um espaço gráfico maior, a caminho da página inteira de hoje – gratidão, Novelini.

EM 7 DE MAIO DE...

1935 - Dez famílias fundavam a Colônia Mizuho, em São Bernardo. No mesmo ano era criada a Associação Cultural de Alvarenga Mizuho.

1950 - Fundada a SE Vila Humaitá, em Santo André.

1955 – Freitas Nobre assumia a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.

Limeira, no interior de São Paulo, inaugurava a IV Festa da Laranja.

Estreava na Rádio Nove de Julho o programa “Uruguai Irmão”, iniciativa do Consulado uruguaio. O programa ia ao ar aos sábados e focalizava costumes e cultura do país vizinho.

1960 - Fundado o EC Vila Noêmia, em Mauá.

Inaugurados os refletores do Estádio Ítalo Setti, o campo do Esporte Clube São Bernardo, na Rua Marechal Deodoro, com o amistoso São Paulo 5, Esporte 0.

NOTA – O campo de futebol foi cortado com a passagem da Avenida Faria Lima ao longo do Rio dos Meninos, este canalizado. 

Quando dos jogos, o rio corria aberto, livre e solto. Voluntários ficavam atentos para apanhar as bolas de capotão que ali caiam.

1965 - São Bernardo abria a I Feira das Indústrias de Móveis, Decorações e Adornos, iniciativa de Antonio de Mello.

HOJE

Dia do Silêncio

Dia do Oftalmologista

Dia Nacional da Prevenção da Alergia

MUNICÍPIOS BRASILEIROS

No Estado de São Paulo, hoje é o aniversário de Boraceia, elevado a município em 1959, quando se separa de Itapuí, na região de Jaú.

No Rio Grande do Norte, Guamaré, Lagoa Salgada e Pedra Grande (RN).

Em Minas Gerais, Monte Belo e Pedralva. 

E mais: Belém do São Francisco (PE), Colider (MT), Massaranduba (PB), Rio Bonito (RJ) e São Joaquim (SC).

Santa Flávia Domitilia

7 de maio

O imperador Domiciano era seu parente próximo. E foi enviado por este para uma ilha, onde sofreu o martírio por ser notoriamente cristã. Viveu em Roma, no século I.

Ilustração: Rádio Gold News (Alexandria)




Comentários

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