O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não participará da festa de 1º de Maio no Grande ABC. Apesar de ter sido divulgado na última semana que o petista estaria em evento promovido no Paço de São Bernardo, a assessoria da presidência informou a Moisés Selerges, presidente do SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), que Lula não vira à região para o Dia do Trabalhador.

Questionado sobre a ausência de Lula, Selerges acredita que o fato se deve por conta de agenda. Entretanto, o presidente vive momento de desgaste com a queda na popularidade, agravada pelas denúncias de indícios de irregularidades em descontos na folha de pagamento de aposentados, o que pode ter afetado sua decisão de não se expor no Dia do Trabalhador no Grande ABC, berço do PT e onde morou por mais de 40 anos.

O tradicional evento volta à região após nove anos e tem como o slogan ‘100 anos de lutas e conquistas’. A agenda contará com lideranças políticas em nível estadual e federal, como os ministros Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, e Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, bem como sindicais. Diversas atrações musicais constam na programação, dentre as quais Belo, MC Hariel, Pixote e Tiee.

Além de resgatar as conquistas dos trabalhadores, a cerimônia traz debate sobre temas importantes, como a redução da jornada, sem a diminuição dos salários, fim da tributação da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), entre outros.

Segundo Selerges, o 1º de Maio no Paço de São Bernardo é uma atividade importante, tendo em vista que são 100 anos de comemoração do Dia do Trabalhador, realizada novamente no Grande ABC após nove anos.

“Vai ser um dia de festa, mas também de pautas da classe trabalhadora. Levaremos ao debate a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e sobre a PLR, a diminuição da taxa de juros, bem como a redução da jornada de trabalho, sem diminuição dos salários, com destaque para a 6x1 (o colaborador trabalha seis dias seguidos e folga no sétimo). Temos de acabar com a jornada 6x1 em nosso País)”, pontuou.

O presidente do sindicato afirmou que a pauta da redução da jornada é de extrema importância, tendo em vista que a última vez que a medida ocorreu foi em 1988, quando a jornada caiu de 48 para 44 horas semanais. “Essa pauta será uma das que levaremos ao 1º de Maio”, complementou o sindicalista.

A festa no Paço ocorrerá a partir das 10 horas, e os discursos das lideranças serão intercalados com shows. O evento contará com entrada solidária de 2kg de alimentos não perecíveis, que serão destinados ao Fundo de Solidariedade de São Bernardo e a entidades da região.