Curta-metragem ‘Reconstruindo a História’ narra a luta da ribeirão-pirense pelos povos originários
Atividades culturais que promovem a valorização da cultura indígena têm recebido atenção especial da Prefeitura de Ribeirão Pires. Prova disso foi a estreia de Reconstruindo a História, documentário curta-metragem que narra a trajetória da cacica Jaqueline Haywã, da etnia Pataxó Hã Hã Hãe, lançado no último mês, no Anfiteatro Arquimedes Ribeiro.
O filme aborda a vida e os desafios enfrentados pela cacica Jaqueline em sua luta pelos direitos indígenas e pela preservação ambiental. Dirigido por Flávio Marin e co-produzido por Jaqueline Cardoso de Carvalho, o curta-metragem explora não apenas a trajetória da líder indígena, mas o impacto coletivo de suas ações em prol da igualdade e do respeito aos povos originários.
A narrativa do documentário começa em Ribeirão, onde Jaqueline Haywã nasceu e viveu até o fim da infância, antes de se mudar com a família para a Bahia. Foi na convivência com a cultura Pataxó Hã Hã Hãe que ela fortaleceu sua identidade e se tornou uma importante liderança na defesa dos direitos indígenas, destacando-se por ações que vão desde a luta contra o racismo até o combate à violação de direitos humanos.
“O documentário é sobre resistência e transformação. Ele mostra como a vivência de Jaqueline em contextos urbanos e em uma aldeia moldou não apenas a sua trajetória pessoal, mas a luta coletiva dos povos indígenas pela preservação de sua cultura e pelo reconhecimento de seus direitos”, disse o diretor Flávio Marin.
A cacica também teve papel de destaque durante a pandemia de Covid-19, liderando iniciativas para a vacinação de populações indígenas no Grande ABC e entregando à Funai o cadastro de mais de 300 membros de sua comunidade. Em 2024, ela participou da inauguração do primeiro posto de saúde especializado no atendimento de povos indígenas em contexto urbano na cidade de Santo André.
Para a cacica, a valorização da cultura indígena é essencial para combater o preconceito e promover a conscientização. “Nossa luta não é apenas por direitos, mas pela preservação de herança cultural que pertence a todos os brasileiros. Este documentário é um convite para que as pessoas conheçam e se engajem nessa causa”, destacou.
A cacica Jaqueline Haywã é autora do livro Reconstruindo a História, que dá nome ao documentário. A obra reúne poemas e reflexões sobre ancestralidade, racismo e a luta por direitos, e inspirou a narrativa do curta. Para Jaqueline, a mensagem central do filme é a importância de nunca desistir. “Essa é uma luta pela vida, pelo respeito, e pelo futuro do planeta. É um chamado para que todos se engajem”, disse.
O CURTA
Reconstruindo a História foi dirigido por Flávio Marin, que também lidera o projeto de um longa-metragem sobre a vida da cacica, com previsão de início das gravações este ano. A direção de fotografia ficou por conta de Andréa Iseki, enquanto a montagem foi assinada por Renee Chimati.
O documentário é uma realização da Produtora Marin & Andrade Produções Culturais e Artísticas, conhecida pelo nome fantasia Charanga da Alegria.
De acordo com Marin, a produção foi cuidadosamente pensada para conectar o público às experiências de Jaqueline, utilizando recursos audiovisuais para contar uma história de resistência e esperança. “O cinema documental tem o poder de revelar histórias que inspiram e educam. Nossa intenção é mostrar como a luta da cacica representa não apenas os povos indígenas, mas todos que acreditam em um mundo mais justo e sustentável”, afirmou o diretor.
O curta-metragem promete emocionar e conscientizar o público, conectando o passado e o presente para reforçar a importância de proteger a história, os direitos e a cultura dos povos indígenas.
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