Bruno Jacob ilustra em livro a autodescoberta do cão de Jennifer Aniston, atriz de ‘Friends’
E se os desenhos que você fizesse fossem parar em Hollywood, terra onde nascem as principais celebridades do mundo? Esta foi a oportunidade vivida pelo ilustrador Bruno Jacob, 34 anos, que nasceu em Mauá, rabiscando desde sempre, e hoje mora na Vila Assunção, de Santo André.
O artista é conhecido pelos traços que ilustram o livro Claudim bota a mão na massa, em referência a Clyde, cachorrinho da agora autora e também atriz Jennifer Aniston, a Rachel Green de Friends, uma das principais séries televisivas dos anos 2000. É fato que muitos leitores deste Diarinho nem mesmo eram nascidos na época da exibição do seriado que marcou tantas gerações, a ponto de que o trabalho literário que chega ao Brasil seja um dos mais aguardados por fãs-clubes.
A obra tem 32 páginas, custa R$ 74,90 e foi lançada em outubro do ano passado, primeiramente nos Estados Unidos, sendo publicada no Brasil pela VR Editora, como um dos principais orgulhos do ilustrador andreense. “Foram quatro meses para criar tudo, em design; depois, mais quatro para ajustarmos os detalhes finais na produção”, conta ele, que acompanhou o processo desde o começo, inicialmente em formato 2D e na sequência em 3D (que são as dimensões em riqueza de detalhes dos desenhos), em parceria com a produtora Invisible Universal.
Segundo ele, estar desde o início com a mão na massa foi fundamental até mesmo para o desenrolar da história. “O Clyde, pet da Jennifer, tornou-se famoso nas redes sociais. Mas foi só pensando na versão cartoon que veio a ideia de criarmos um leque de personagens em torno dele, com comportamentos e cenários diversos”, diz.
Voltado a crianças com mais de 5 anos, o livro fala sobre autodescoberta, aquele momento em que todos humanos se perguntam: ‘Qual minha missão e importância no mundo?’. “Por isso consigo me ver na história. Gostava de desenhar desde pequeno, mas não sabia se daria para seguir uma carreira, a ponto de pensar se eu não deveria ter estudado para trabalhar com biologia ou história, por exemplo. Com o tempo vi que era possível. Então, o mais legal do livro é a perspectiva de acreditar”, reflete.
No livro, todos os cãezinhos da família do Claudim têm um talento especial : o vovô Claudinei pratica esportes radicais; o tio Claudião gosta de surfar; a tia Claudete escava fósseis de dinossauros; a prima Claudoca ama pintar telas com os olhos vendados; o tio Claudito é jogador de futebol; e a bisa Clau-Clau é a melhor dançarina de salsa. Exceção ao protagonista, que ainda não descobriu um lance especial para chamar de seu.
Para Bruno, a ideia de testar, descobrir e continuar acreditando nos sonhos é uma das características mais bonitas da família de Claudim representada no livro, mas é um pensamento que todas as crianças do Diarinho deveriam manter como prioridade. “Ao desenhar, pensava muito nesta questão e na minha própria família. Minha filha Luna, 5 anos, tem Síndrome de Down e é exatamente isso (perspectiva de vida e sonhos) que desejo a ela”, enfatiza ele, que passou a crer no próprio sonho aos 15 anos, quando foi convidado a trabalhar como caricaturista no shopping (profissional que reforça exageradamente e de forma divertida objetos ou pessoas).
REALIZAÇÕES
Antes de ilustrar o novo livro da estrela de Hollywood, Bruno Jacob foi responsável até mesmo pela animação nacional Arca de Noé, um filme de Sérgio Machado e de Walter Salles – diretor de Ainda Estou Aqui, filme brasileiro que recebeu este mês o reconhecimento do Oscar, com a premiação de Melhor Filme Internacional.
“Estou vivendo realmente um sonho, porque desde o fim de 2023, realizei até mesmo a animação de um café que contrata somente pessoas com Síndrome de Down, como a minha filha. Estas coisas têm um significado muito grande para a ilustração nacional”, afirma.
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