Disney Vip Tour: como é viver um dia de celebridade na Disney World

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Paulo Basso Jr.

Eram 20h em ponto quando o capitão aumentou o sistema de áudio do iate. Ao mesmo tempo, um garçom devidamente uniformizado completou minha taça de vinho tinto e perguntou se eu não gostaria de provar algum dos quitutes oferecidos a bordo, entre queijos, especialidades orientais e sanduíches finos.

Meus olhos (assim como meu apetite), entretanto, estavam voltados para o lado de fora da embarcação, onde o sempre belo Castelo da Cinderela começava a iluminar a noite com suas projeções de imagens sincronizadas às músicas de animações clássicas que ressoavam pelas caixas de som.

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Segundos se passaram até surgirem os primeiros efeitos de Happily Ever After, o famoso show de fogos que colore o céu do Magic Kingdom e que, instantaneamente, encheu de emoção o convés. Ainda mais porque o evento havia sido preparado especialmente para mim naquela noite, uma vez que fui convidado a testar o Disney Vip Tour, pacote voltado para quem busca luxo ou privacidade no complexo do Mickey.

Paulo Basso Jr.
Iate na marina do hotel Grand Floridian: show vip

 

Ver alguns dos espetáculos mais fascinantes de Orlando desde um iate, ao lado apenas de familiares ou amigos e cercado de mimos, é um daqueles momentos inesquecíveis (ou mágicos, como diriam por lá) que todo viajante sonha – e poucos têm acesso. O “cruzeiro” com direito à parada para ver o show custa US$ 399 por hora e inclui a presença de até 17 pessoas mais o garçom, sem acréscimo de valor.

Essa, porém, é apenas uma das experiências VIP oferecidas na terra do Mickey. E o mais fascinante é que muita gente sequer sabe que elas existem, mesmo tendo viajado um bocado de vezes para Orlando.

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O valor do tempo

Meus momentos como very important person (pessoa muito importante) na Disney World começaram dias antes do tour pelo lago em frente ao Magic Kingdom, mais precisamente quando me deparei com um motorista no saguão do aeroporto internacional de Orlando, portando um tablet que exibia meu nome.

A bordo de carros luxuosos, como Lincolns, o serviço de transfer privativo o deixa na porta de um dos sofisticados resorts do complexo – no meu caso, seria o Animal Kingdom Lodge, cujas diárias partem de US$ 496.

Quem preferir entrar no clima logo de cara pode optar também pelas singelas, porém fofas Minnie Vans, como são chamados os exclusivos SUVs (utilitários esportivos) vermelhos com grandes círculos brancos que circulam pela região com referência ao vestido da Minnie.

Divulgação
Minnie Vans

 

Basta usar o aplicativo Lyft para acioná-las. O trajeto entre o aeroporto e os hotéis da Disney World custa US$ 155, mas também dá para usar o serviço em deslocamentos internos no complexo, por preços que variam conforme a distância. A bordo, após passar lencinhos sanitizantes, é possível assistir a animações em monitores instalados atrás dos encostos dos bancos dianteiros e degustar comidinhas e bebidinhas.

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Passados o receptivo cheio de estilo e uma revigorante noite de sono em uma suíte avarandada, da qual era possível avistar animais como girafas e zebras, no dia seguinte dirigi-me ao lobby do hotel para, na hora combinada, encontrar-me com Álvaro, meu guia particular por um dia.

Havia acertado previamente com ele de visitar os parques Animal Kingdom e Magic Kingdom, mesmo porque me garantiram que daria tempo de fazer todas as atrações principais de ambos os centros de lazer antes mesmo de a noite cair – algo praticamente impossível para um hóspede regular, mesmo com o controle de capacidade que está vigorando atualmente no complexo.

Divulgação
Pandora, área de Avatar no Animal Kingdom

 

“Ao adquirir o pacote Disney VIP Tour, você recebe de volta o bem mais precioso que existe em Orlando: o tempo”, explicou-me Álvaro, em toda a elegância de seu terno azul sobre uma camisa branca e um colete xadrez, com predominância vermelha e botões dourados (e olha que o sol da Flórida estava raiando).

O serviço custa entre US$ 425 e US$ 750 por hora, dependendo da época do ano, com contrato mínimo de sete horas. Pode ser usado, sem alteração do valor, individualmente ou em grupos de, no máximo, 10 pessoas.

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Disney VIP Tour

Do momento em que Álvaro estacionou o carro até eu entrar no Animal Kingdom passaram-se, talvez, 20 segundos. Isso porque a chegada se deu pelos bastidores do parque, sem que fosse preciso parar em um estacionamento distante, pegar o ônibus que leva até o portão principal, passar pela revista, fazer o controle de temperatura corporal, registrar o ingresso (isso caso você já o tenha) e, finalmente, adentrar o centro de lazer, como ocorre regularmente.

O acesso exclusivo é muito usado por celebridades, que podem, inclusive, ir de uma atração a outra sem sequer andar por espaços comuns (mesmo porque eles dificilmente conseguem fazer isso sem serem abordados a todo instante) – a cantora brasileira Sandy e o ator americano Chris Evans, famoso pelo papel de Capitão América, estão entre os famosos que, pouco antes da pandemia, tiveram de apelar a esse expediente.

Paulo Basso Jr.
Na primeira fila do Festival of Lion King

 

Nesse caso, ser um anônimo tem suas vantagens, pois, feito um passe de mágica, lá estava eu caminhando tranquilamente pela área de Pandora, dedicada ao blockbuster Avatar e uma das mais concorridas da Disney World.

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As duas grandes sensações do pedaço, Na’vi River Journey (um passeio de barquinho) e Flight of Passage (o simulador mais espetacular de Orlando), estavam com filas regulares de 50 minutos e 3h30min (acredite!), respectivamente. Com Álvaro, fui a ambas em menos de 20 minutos e, nos escassos tempos de espera, o guia ainda me revelou vários detalhes técnicos que engrandeceram a experiência.

A manhã do Disney VIP Tour seguiu com uma reserva na primeira fileira para assistir ao Festival of Lion King, dedicado ao Rei Leão, além de um safári e uma volta na montanha-russa Expedition Everest. Deu ainda para descobrir vários hidden Mickeys (desenhos do ratinho escondidos pelos engenheiros e arquitetos nos lugares mais distintos da Disney) e ver de um ângulo especial a Árvore da Vida, símbolo do Animal Kingdom.

Tudo isso antes do almoço, servido em uma área (e não uma mesa) reservada (por Álvaro, é claro) no Satu’li Canteen, restaurante que fica em Pandora e serve carnes, pratos veganos e uma ótima (e linda) mousse de blueberry.

Paulo Basso Jr.
Mousse de blueberry do Satu’li Canteen, no Animal Kingdom

 

Por falar em comida, ainda era cedo quando o guia questionou-me onde eu queria jantar. Podia ser dentro ou fora dos parques, num dos hotéis da Disney World, por exemplo, mas como sabia que passaria a tarde no Magic Kingdom, sugeri o Be Our Guest, espaço gastronômico situado no parque, que simula o interior do Castelo da Fera e costuma exigir reserva com meses de antecedência. Álvaro fez um semblante preocupado e disse que seria difícil, mas faria o possível.

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StarWars só para você

Uma vez no Magic Kingdom, também devidamente acessado via bastidores, aproveitei que a temperatura estava agradável para fazer algumas fotos. Quem adquire por US$ 69 o Memory Maker, serviço da plataforma Disney PhotoPass (https://is.gd/xzCAwh), pode solicitar retratos aos diversos fotógrafos profissionais espalhados em pontos estratégicos do complexo (é possível inclui-lo no Disney VIP Tour).

Paulo Basso Jr.
Pin do Disney Vip Tour

 

Aquelas imagens tiradas em momentos peculiares nas montanhas-russas e nos simuladores também são adicionadas diretamente à sua Magic Band (pulseira que serve como ingresso), assim que você sai das atrações. Depois, dá para baixar tudo em alta resolução no smartphone ou no computador de casa. Eu estava chique demais.

Quem quiser também pode andar o tempo todo acompanhado por um fotógrafo particular. Aliás, esse é um dos pedidos mais “simples” que os organizadores do Disney VIP Tour recebem. Isso porque, na hora de customizar a experiência, vale tudo, desde que não haja prejuízo para os demais visitantes e sejam respeitados os protocolos de segurança.

Assim, dá para contratar shows privativos de personagens para celebrar uma data comemorativa ou ainda fazer sessões de fotos em lugares específicos antes de o parque abrir para o público regular.

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Quem quiser ainda pode casar-se ou renovar votos em frente ao Castelo da Cinderela, provar pratos típicos africanos harmonizados com vinhos da África do Sul na savana do Animal Kingdom, mergulhar com snorkel ou cilindro de oxigênio no tanque da atração dedicada ao peixinho Nemo no Epcot e até fechar um parque inteiro, em um horário específico (geralmente à noite, depois que ele é encerrado para o público), só para convidados.

A cantora Ariana Grande fez isso assim que a badalada área Star Wars: Galaxy’s Edge, no Hollywood Studios, foi aberta. Lá, ela organizou uma festa particular – e, alegando cansaço, não deu as caras.

Vista de camarote

Um pouco mais comedido nos pedidos, solicitei a Álvaro para assistir, de um ângulo diferente e sem muita gente por perto, a uma Character Cavalcade, aparição esporádica de personagens que estava ocorrendo no parque em substituição à Festival of Fantasy, parada clássica do Magic Kingdom suspensa por conta da pandemia. Há uma área VIP em uma praça ajardinada de frente para a Main Street, U.S.A., a rua que dá no castelo, mas eu queria algo ainda mais especial.

E assim o guia me levou à sacada da réplica da estação ferroviária de Marceline (cidade do Missouri onde Walt Disney nasceu), bem na entrada do parque, de onde recebi acenos da Branca de Neve, do Pateta e, claro, do casal Mickey e Minnie. Tudo isso com snacks, água gelada, sucos e refrigerantes à disposição.

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No Disney Vip Tour, dá para ver desfiles de áreas exclusivas

 

Ao fim da parada, Álvaro propôs um desafio digno do Disney VIP Tour: ir às montanhas-russas Big Thunder Mountain Railroad, Seven Dwarfs Mine Train e Space Mountain em menos de uma hora. Achei que não ia dar, pois as três somavam quatro horas de fila. Isso sem contar o deslocamento de uma atração para outra. Pois bem, 60 minutos depois, lá estava eu, com os cabelos arrepiados, é verdade, mas vendo no celular as fotos com minha cara de felicidade em todas elas.

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Detalhe: não houve correria. Apenas caminhei de um lado para outro e brinquei, como se não houvesse ninguém pela frente – e ainda pedi para ir à primeira fileira do foguete da Space Mountain e à última do trenzinho da Seven Dwarfs Mine Train pois, segundo o guia, assim seria mais divertido.

Nem precisa dizer que foi triste dar adeus ao Álvaro – ainda mais depois que ele me presenteou com um pin de hóspede VIP da Disney World. Antes de despedir-se, o guia ainda disse que a reserva no Be Our Guest estava garantida.

E assim, como quem não quer nada, mas pode tudo, encerrei o passeio após saborear um menu de três cursos preparado pelo chef brasileiro que comanda as panelas do restaurante, o mineiro Marco Chaves. Ah: a Fera em pessoa foi me dar um abraço.

Paulo Basso Jr.
Fera, em frente ao Be Our Guest

 

Disney Springs

Ir a dois centros de lazer no mesmo dia e fazer as grandes atrações com calma é algo realmente factível para quem contrata o serviço Disney VIP Tour, que atende também o Epcot, o Hollywood Studios e os parques aquáticos da Disney World. Isso é ótimo, pois sobre mais tempo para dedicar parte da viagem às regalias oferecidas em outras áreas do complexo,

Uma das que mais vale a pena é a Disney Springs, espaço que reúne cerca de 100 lojas, muitas delas de grife. Depois de encher as sacolas (que podem ser levadas diretamente para a sua acomodação, sem que seja preciso carregá-las), você ainda pode jantar em um dos bons restaurantes locais, como Terralina Crafted Italian, Wolfgang Puck Bar & Grill, Wine Bar George, Morimoto e Jaleo by José Andrés.




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