Aponte o dedo para você

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Marcela Munhoz

Comecemos este editorial com um teste. Anote quantas vezes diz ‘sim’ para as situações a seguir. 1. Você coloca ou repete apelidos que a pessoa diz ou demonstra não gostar. 2. Ri quando alguém faz piadinhas sobre alguém. 3. Já expôs uma pessoa a alguma situação constrangedora mesmo 'sem querer'. 4. Incentiva, especialmente crianças, a revidar ofensa com outra ofensa. 5. Faz comentários racistas, preconceituosos ou homofóbicos, também nas redes socais, e depois diz que 'escapou' ou que 'foi o nervosismo'. 6. Já olhou para alguém de forma desrespeitosa ou visivelmente desconfortável. 7. Proíbe ou proibiu alguma pessoa de fazer algo. 8. Faz comentários sexuais sobre alguém em uma roda de conversa ou grupos de mensagens instantâneas. 9. Já classificou uma mulher de 'vagabunda' por conta do número de pessoas com quem ela se relacionou. 10. Nunca tomou atitude ao saber que um conhecido pratica qualquer uma das observações citadas.

Se você respondeu positivamente a, pelo menos, um item, você agiu como um assediador, meu caro, minha 'cara'. Sinceramente acho praticamente impossível alguém não ter se identificado com alguma das situações expostas. Mas, sabe de uma coisa? Está na hora de mudar. E não há melhor maneira de isso acontecer do que olhar para os próprios defeitos, preconceitos e julgamentos. Coloque-se no lugar do outro é exercício essencial e esta edição da Dia-a-Dia propõe tal reflexão.

“Fiquei surpreso quando, aos 31 anos, ouvi um sonoro 'macaco'”, desabafa o cineasta Valter Rege, 34. Ele é um dos personagens da reportagem especial sobre como o bullying continua infernizando as pessoas também na vida adulta. Para ele, o caminho para a solução é, justamente, expor, falar e mostrar a cara dos agressores. Às vezes, desabafar também ajuda muito. O vídeo emocionado da mãe de uma garotinha negra de 4 anos que foi isolada no parquinho do prédio (leia a história na coluna MãeTernidade) é algo absolutamente devastador. “O racismo é aprendido pelas estruturas e reproduzido pelos pequenos de forma assustadora”, analisa.

A cantora Iza vive falando sobre o assunto. Ela garante que superar os dedos apontados é algo que aprendeu com a mãe desde a infância. “Sei quem eu sou, de onde vim e onde mereço estar. Cresci ouvindo que tenho de estar onde quero”, conta. Para o ator Fabrício Boliveira, capa desta edição, a criticidade desenvolvida ao longo dos anos o alavancou na carreira, o fez fugir de personagens estereotipados. “Me fez caminhar por lugares mais interessantes.” Segundo ele, deve existir, sim, um lugar em que as pessoas se vejam representadas. “Não cabe mais a gente tentar impôr um estereótipo.”

Nesta revista você também vai encontrar entrevista com o ator Rodrigo Lombardi, análise sobre os benefícios ou malefícios do café, receitas de sopas e caldos para enfrentar o inverno, dicas sobre como socializar os pets com o bebê, sugestões para diminuir as crises alérgicas dentro de casa, além de produtos selecionados nas nossas páginas de vitrine.

Boa leitura e, de uma vez por todas, NÃO É MIMIMI!

 

Marcela Munhoz
marcelamunhoz@dgabc.com.br




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