Seja um tutor

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Marcela Munhoz

Tudo o que dizem sobre a responsabilidade de cuidar de um pet é maior do que se comenta por aí. Não sou de fazer média, o recado aqui, portanto, é direto: não quer ter trabalho, preocupações e gastos, então, por favor, NÃO TENHA UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO. Caso assuma o compromisso, saiba que será preciso se readequar ou abdicar de algumas coisas, como voltar mais cedo para casa ou deixar de viajar para ficar com o bichinho, não pensar duas vezes ao desembolsar uma grana para checar sua saúde – sempre ouço comentários de médicos veterinários sobre como os clientes reclamam dos valores das consultas e exames e remédios –, além de não medir esforços para encontrar a forma mais correta de cuidar do ser que você escolheu fazer parte do seu dia a dia. Isso sem contar com os pelos que vão impregnar nas coisas, na falta de espaço da cama, nos latidos tarde da noite ou nos arranhões.

Realmente, não é fácil. Mas, quer saber? Tomar a decisão de ter um pet pode ser uma das melhores coisas que se faz na vida. Eles têm o poder de ensinar, inclusive, o que é amar verdadeiramente. E quando a pessoa entende a diferença entre ser tutor ou dono do animal tudo passa a fazer sentido. Tutor é aquele que ampara, protege e defende. É o verdadeiro guardião, que, às vezes, é colocado à prova para escolher se o animal doente vai continuar a viver sofrendo ou se será necessário sacrificá-lo. Este é um tema que rende outra coluna, mas é urgente dizer que muitos tutores têm passado por essa difícil situação por conta de doenças graves que estão atingindo os bichinhos, como a leishmaniose visceral canina.

A infecção, que tem no animal o hospedeiro, é contagiosa e causada por protozoário transmitido para cães e humanos por meio da picada do mosquito-palha. “Tem aparecido nos grandes centros, é realmente para ficar ligado”, aconselha Lívia Romeiro, médica-veterinária da Vet Quality Centro Veterinário. Um exame de sangue simples pode identificar a presença do protozoário. O problema é que, via de regra, o Ministério da Saúde recomenda que os cães infectados sofram a eutanásia, a fim de evitar que a doença se espalhe. Até existe tratamento, mas ainda é algo discutível. “Alguns tutores conseguiram na Justiça não sacrificar o animal”, conta Lívia.

Imagina uma situação dessas! Enquanto não se toma uma decisão sobre qual a melhor forma de tratar a doença, os veterinários recomendam cuidar da prevenção. Usar repelente ou coleira – que dura alguns meses – para espantar o mosquito é essencial. Outro ponto importante é evitar sair com o bichinho no fim da tarde, quando os insetos atacam. “Mas os tutores esquecem que a leishmaniose não é a única doença grave. Manter a carteirinha de vacinação atualizada é determinante”, finaliza. Repito: não vai cuidar da forma que deve ser, não traga um bichinho de estimação para casa!

 

 

 

 




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