Muito mais que um sonho de verão

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Vanessa Soares

Aos 15 anos, Bianca Rinaldi, 43, já tinha vivido grandes desafios na vida. Medalhista de ouro na ginástica olímpica, esporte no qual começou a atuar aos 4, decidiu se inscrever para o concurso de paquita no Xou da Xuxa. Passou na segunda tentativa, quando eliminou outras 7.000 candidatas e ganhou o apelido de Xiquita Bibi. Foi lá no palco, com a principal apresentadora das décadas de 1980 e 1990, que a paulistana começou a definir como seria seu futuro. Tudo cabia dentro da telinha da TV.

Após cinco anos encantando os 'baixinhos' – incluindo dois filmes no currículo, Lua de Cristal e Sonho de Verão (ambos em 1990) –, Bianca seguiu voando em diversos personagens. Esteve no elenco global das produções Cara & Coroa (1995), Explode Coração (1996), Malhação (1997) e Você Decide (1998). No SBT, fez Chiquititas (1998), Pícara Sonhadora (2001) e Pequena Travessa (2002). Um dos personagens mais marcantes da sua carreira, porém, foi na Record em A Escrava Isaura (2004). Lá ainda fez Prova de Amor (2005), Caminhos do Coração (2007), Os Mutantes (2008), Ribeirão do Tempo (2010) e José do Egito (2013). Agora, Bianca também pode ser vista na internet. Casada com o empresário Eduardo Menga há 16 anos e mãe das gêmeas Beatriz e Sofia, 8, a atriz se dedica à radionovela Bollagattos e ao programa de natureza TV do Mar. Confira o que a paulistana disse à revista Dia-a-Dia:

 

Você está encarando novo desafio profissional: apresentar o programa on-line TV do Mar (projeto parado por enquanto), que fala sobre a natureza. Como surgiu o convite?

O convite surgiu de amigos em comum, de forma bastante despretensiosa e que tomou corpo. Amo a natureza e me identifico muito com o assunto. Está sendo uma honra fazer parte desse projeto, que aborda não somente as belezas naturais e a náutica brasileira, mas também o alerta que o mundo está nos dando, mas que decidimos ignorar constantemente. É programa com curiosidades e que traz mensagem importante. Para mim, é fundamental fazer parte de projetos em que acredito. De início, vamos mostrar a biodiversidade do Rio de Janeiro e Paraty, a intenção é viajar com o programa e abordar outros cantos.

 

Este é o seu primeiro desafio como apresentadora? Quais suas maiores preocupações com este novo cargo? Qual sua expectativa com o programa, uma vez que sai dos palcos e invade a internet?

Não é a minha primeira vez como apresentadora. Há alguns anos também me arrisquei na área e é algo que eu gosto bastante! Acredito que a minha maior preocupação é saber se as pessoas estão entendendo a mensagem que queremos passar, espero que o programa seja bem aceito e ganhe seu espaço na mídia, pois isso é fundamental para que continue. A internet proporciona essa liberdade, de atingir diversos públicos, de ampliar demais os horizontes. Acredito que vai ser muito bom. O TV do Mar é apenas outra vertente minha, além da atriz, mãe, mulher... É que as pessoas estão acostumadas a ver apenas um lado meu, vai ser bom mostrar que há essa versatilidade.

 

Além disso, você também gravou uma radionovela. Como foi entrar neste universo? Qual maior desafio de ‘atuar’ pelo rádio?

Foi um prazer gravar Bollagattos (disponível no www.ubook.com). Me diverti demais e aprendi muito também. O intuito do projeto é trazer de volta o glamour da radionovela dos anos 1950, foi um ponto muito importante na história artística do Brasil. Nunca tinha feito nada parecido antes, então o maior desafio que encontrei foi o de transmitir toda a emoção das cenas apenas pela voz. Assim como tive que aprender também o que não devo transmitir, a voz tem que ser limpa, a dicção, perfeita... É bastante trabalhoso, mas me diverti muito.

 

Sua carreira artística teve início com o Xou da Xuxa, quando ainda era uma menina. Como isso te modificou?

Ter um contato profissional assim tão cedo com certeza nos modifica, nos deixa mais madura. Aprendi sobre responsabilidade muito cedo, ter o meu próprio emprego naquela idade também só evidenciou isso, então amadureci muito rápido. Foi no programa, também, que descobri a minha paixão pela televisão e ali tive a certeza de que queria trabalhar com aquilo. Então, olhando sob essa objetiva, o início com a Xuxa me revelou muita coisa.

 

Nessa época você já tinha intenção de seguir carreira artística, ou as coisas foram acontecendo naturalmente?

Após um curto período no programa eu decidi que queria seguir a carreira artística, então, a partir dali todos os meus planejamentos foram para isso. Fui abrindo meu caminho de forma muito natural e calma, até que consegui me estabilizar na área, o que com certeza foi um sonho realizado. É uma mistura de trabalho duro e oportunidade, principalmente por não ser uma área tão fácil de se ingressar. Não tem nada mais gratificante do que fazer o que amamos e sermos reconhecidos por isso.

 

Teve apoio da família?

Total! É claro que pai e mãe sempre ficam preocupados, ainda mais pelo meio artístico ser muito instável, mas eles sempre me apoiaram. É importante ter essa base familiar na hora de seguir atrás de um sonho, nos dá um conforto muito grande. Meus pais sempre acreditaram nos meus sonhos e me permitiram buscá-los, tenho isso como exemplo para as minhas meninas. É necessário apoiar.

 

De lá para cá você interpretou vários personagens marcantes, em diversas emissoras. Qual desses personagens mais te marcou?

Nossa, é uma pergunta muito difícil! Todas as personagens fizeram parte do meu crescimento profissional e pessoal, não tem como eleger a que mais me marcou. Cada uma delas representou uma fase na minha vida. Posso falar qual considerei um divisor de águas para mim. Com certeza foi em A Escrava Isaura. Ali eu senti que tinha chegado em um momento muito importante da minha carreira. Toda a mídia positiva, os ensinamentos, a história e a poesia que o trabalho rendeu eu levo comigo até hoje.

 

Teatro também é uma paixão?

Com toda a certeza do mundo (risos)! Eu amo o teatro, acho que é essencial para um ator ou atriz ter a experiência do palco, do ao vivo, do contato direto com o público. É no palco que imprevistos acontecem e nos fazem ter que adaptar, são nessas horas em que tiramos muitos ensinamentos e crescemos como profissionais. Fora que ter a reação do público instantaneamente dá um arrepio muito bom. O teatro tem um toque diferente na atuação e na forma como atuamos, tudo muda.

 

Quando está longe das telinhas, o que você gosta de fazer?

Geralmente fico bastante com as minhas filhas. Sempre quando estou em algum projeto elas sentem bastante a minha falta, pois, é impossível não me doar totalmente. Então aproveito esses momentos de ‘descanso’ para poder curtir com elas, nos aproximarmos ainda mais. Mas, mesmo quando estou fora da televisão, eu penso e executo outros projetos. É difícil conseguir parar (risos)! No fim do ano até fevereiro viajei para os Estados Unidos com a minha família com o intuito de tirar algumas férias, mas não consegui parar completamente. Aproveitei para estudar, me aperfeiçoar e pensar em outros caminhos também.

 

Tem algum desafio profissional que você ainda gostaria de encarar? Qual?

Ah, tenho vários! Sou movida a desafios, então quando falamos de personagens, quanto mais diferente for, melhor para mim. Gosto de trabalhar com histórias extremas a mim, realidades que são completamente diferentes da minha. Além disso, adorei a relação que tive com a rádio, assim como com a de apresentadora também. Gostaria de um dia me aprofundar mais nessas duas vertentes.




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