Sem medo de trabalhar

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Marcela Munhoz

Apaixonada pela causa animal, Andreia Rolim também abraçou o fundo social e faz questão de apostar no ‘olho no olho’ com as comunidades

Quando Andreia Rolim Rios, 32, ainda criança, morava no Jardim Zaíra, com os pais e os dois irmãos homens – ela é a do meio – e fazia questão de cuidar dos moradores de rua e de seus cachorros que dormiam na praça em frente à sua casa – “o que nós comíamos, eles também comiam” – não passava pela sua cabeça que, um dia, teria a chance de fazer o mesmo por muito mais gente. A diferença é que, agora, no papel de primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, o espaço a ser cuidado aumentou na mesma proporção da sua responsabilidade. A pequena pracinha 'se tornou' o município de Mauá, com área de quase 62 quilômetros quadrados e população que ultrapassa 425 mil pessoas.

“Na época em que conheci o Atila (Jacomussi) ele era vereador e sonhava há muito tempo ser prefeito. As coisas foram acontecendo de um jeito lindo e acabei recebendo essa missão. Acabei incorporando os planos dele aos meus e viraram um sonho só. Além do mais, é apaixonante quando se descobre que tem a oportunidade de mudar o rumo de uma cidade, das pessoas que moram nela”, conta Andreia, que se inspira, especialmente, na princesa Diana (1961-1997). “A Lady Di tem história incrível, não teve nenhum tipo de vaidade ao ser princesa, sempre ajudou os necessitados e foi grande exemplo de mulher. Não tem como não servir de espelho.”

Embora tenha nascido em São Caetano, a primeira-dama mora em Mauá desde os 5 anos e, por isso, se considera mauaense de coração. No 'cargo' de presidente do Fundo Social de Solidariedade há apenas quatro meses – sendo nove como primeira-dama -, Andreia acredita que para fazer a diferença na vida das pessoas é necessário estar o mais próximo possível delas e conhecer a região como a palma da mão. “Não imaginava que o trabalho que se fazia nas comunidades era tão incrível. Estou aprendendo muito, especialmente com a ajuda do meu braço direito Márcio Araújo”, conta Andreia, que recebeu a equipe de reportagem da Dia-a-Dia em sala da Prefeitura, durante pausa na sua agenda supercorrida. “Nós trabalhamos de segunda a segunda. É uma loucura. Além dos meus compromissos, também acompanho o Atila, que não para.”

Márcio é figura conhecida há muitos anos no município por seu trabalho social. Durante a entrevista, ele acena o tempo todo concordando com ela. “Achei que Andreia poderia ter alguma dificuldade de acompanhar o ritmo, mas, pelo contrário. Não existe tempo ruim para ela. Faz questão de participar de tudo, desde a formulação dos projetos, até o atendimento aos munícipes às segundas-feiras. Entra nas comunidades, de salto ato, mas entra, carrega caixa se precisar”, elogia Márcio, que continua: “Costumo dizer que Mauá nunca teve uma primeira-dama de ofício como ela. Confesso que, no começo, fiquei ressabiado, mas Andreia me surpreendeu com seu coração enorme e mentalidade à frente do seu tempo. Veio com o pique necessário para recuperar o tempo perdido, já que o fundo estava desativado há 16 anos”.

Em uma de suas andanças pelos projetos, Andreia se emocionou com história em particular. “Conhecemos criança de 1 ano que tinha sido agredida pelo pai e ficou com problema de audição, sem condições de realizar cirurgia. Me coloquei à disposição para ajudar. Depois encontrei a avó, que contou que tinha dado tudo certo, que tinha voltado a escutar. Isso não tem preço e nos enche de energia para continuar a trabalhar”, diz Andreia, que sente estar sendo bem recebida pela população. “Claro que tem alguns comentários e críticas, mas são muito poucos. Na verdade, só chegam os agradecimentos e admirações.”

Um de seus termômetros são as redes sociais. Além da página oficial da Prefeitura, Andreia mantém dois perfis no Facebook, que somam quase 10 mil seguidores, além do Instagram (mais 1.220). “As redes sociais são importantes para mostrar o trabalho do fundo, que é transparente. Além disso, acaba motivando as outras pessoas a fazer trabalho voluntário, social. Quando a gente faz com o coração, com a alma, transborda. É possível perceber quando é de verdade.”

QUANDO O CORAÇÃO BATE MAIS FORTE

Além das campanhas de doação e expansão de programas sociais – o fundo pretende trazer ao município projetos, como o Padaria Artesanal (da Lu Alckmin), cursos de cabeleireiro e corte e costura, por exemplo – , Andreia Rolim se dedica de corpo e alma a uma causa especial: os animais abandonados. A primeira-dama se derrete quando o assunto está na pauta. “Sou muito apaixonada pelos animais, tudo o que consigo para eles é uma vitória para mim”, conta, citando o mutirão de castração, o Poupatempo Animal e as casinhas construídas no centro de acolhimento POP para os cachorros dos moradores de rua. “Acho importante defender a causa animal, porque acaba quebrando preconceitos. Eles são seres vivos, não têm motivos para ter rejeição aos projetos de proteção.”

‘Mãe’ dos goldens Jack, 5 (foto em destaque), Thor, 5, e Sara, 3 – que foram adotados aos serem rejeitados por ter alguns probleminhas de saúde – Andreia confessa que faz de tudo por eles. “São enormes, sempre dão um jeito de sentar no sofá com a gente para ver alguma série na Netflix, quando temos tempo. É só eu sair para beber água e eles ficam lá, com o Atila. Me espremo toda para caber”, diverte-se a primeira-dama, que se diz apaixonada pelo marido, que, como ela, também é do signo de Leão. “Somos os melhores amigos. Procuro sempre dar os meus melhores conselhos a ele.” Andreia e Atila – que era viúvo e pai de Iago, hoje com 19 anos – se conheceram na Câmara quando ela foi ajudar uma amiga. “Ficamos falando por telefone durante um mês. Após cinco meses, já estávamos casados. Quando conseguimos um tempo para mim, são as horas mais extraordinárias, faço questão disso, de namorar.”

A primeira-dama também valoriza seu próprio espaço. “É importante a presença da mulher em todos os lugares, inclusive na política.” Mas ela não tem pretensões na área. Formada em Ciências Contábeis, sonha gerir restaurante que ofereça apenas ‘comida de verdade’. “Gosto muito dessa área de nutrição. Sou até chata aqui com a equipe, incentivando-os sempre a comer direito.” E experiência com negócios não falta para ela, que começou a trabalhar aos 15 anos como vendedora em loja de joias – “por escolha própria, sempre gostei de ser independente”. Aos 22, já tinha seu próprio comércio de roupas. “Coloco meus dias sempre nas mãos de Deus.” A fé é realmente outra característica marcante de Andreia Rolim. “Ela é enorme, o que mais importa para mim. Agradeço muito por estar viva e também por Ele ter me dado a missão de cuidar de Mauá. O que não faltam são ideias e planos”, finaliza.

 




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