Débora Nascimento se emociona ao falar de anorexia: Uma amiga minha faleceu

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Estadão

A segunda temporada de Vai Fernandinha promete fortes emoções! Fernanda Souza não conteve as lágrimas no programa que vai ao ar hoje, dia 16. A entrevistada, Débora Nascimento, iniciou um desabafo tocante quando questionada sobre as dificuldades de seu período como modelo, antes mesmo de investir na atuação:

- Passei muito perrengue... Eu lembro que teve um jantar e eles já tinham falado Você tem que emagrecer, porque o seu quadril é 91, não está rolando. Eu lembro que me enchi de água e fui comendo bem devargazinho, porque eu estava morrendo de fome, mas não podia comer. Ai chegou a sobremesa e e eu queria uma colherada apenas, eu peguei a colher. Isso entre trinta meninas lindas, magras e promissoras. Eu peguei a colher e veio o moço da agência, tirou a colher da minha mão, tirou o prato da minha frente, na frente de todo mundo. Hoje, eu sei o quanto foi escroto, por isso que eu comecei a desmaiar, a ficar sem comer e minha mãe me salvou quando viu que eu já estava definhando. Ela falou Opa, o que está acontecendo? Foi quando ela me salvou da anorexia.

Mas nem todo mundo tem a mesma chance. Já emocionada, a atriz continuou a ilustrar como a saúde é colocada em risco pelo padrão de beleza e até revelou que perdeu uma amiga para a anorexia:

- Tem menina que engole algodão, menina que toma detergente... Uma amiga minha faleceu de anorexia. Eu lembro que eu a encontrei e falei Nossa, como você emagreceu. Eu estava na época modelando também. Gente, você está magra, como você fez? O assunto era esse, sempre este: O que você está fazendo? E ai ela falou: Cara, fiquei meio mal, mas minha mãe está me ajudando, agora eu já estou bem. Mas como você conseguiu? A pergunta era como ficar anoréxica, porque era um jeito de você se dar bem. E ela falava: Quanto mais magra eu fui ficando, mais rica eu fui ficando, mais conhecida, mais foco eu fui tendo. É um ciclo vicioso, entende? Depois eu vi que ela faleceu, foi notícia e tudo, porque é muito difícil gente!

Fernandinha não conteve as lágrimas e muito menos sua indignação com uma indústria que dita padrões tão irreais:

- Quando é que eles vão parar Débora? Está chato. As pessoas estão perdendo a noção. Você viveu isso, você foi uma menina que foi induzida a perder essa noção. Ok, fica mais bonito no corpo da mulher mais magra, mas porque as roupas não podem ser maiores então? Por que a roupa só pode ficar bonita naquela mulher que é um pau?

Débora conclui com a importância de mulheres como as duas servirem de referência para as adolescentes, mostrando suas falhas e defeitos:

- Por mais que o caminho seja mais fácil, eu não vou me drogar para ter o corpo perfeito. Eu vou falar: Gente, tenho celulite sim, se tiver uma adolescente que olhe para mim e fale: Poxa, é isso ai, ufa, posso ter o meu cabelo cacheado, o frizz, posso ter meu quadril, minha bochecha, minha celulite, eu posso. Uma que eu possa ser essa referência, valeu.

 

Cultura & Lazer  - Diário do Grande ABC - Edição: 14/06/17

 




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