Com 12 museus, região busca ampliar número de visitantes

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Caroline Garcia<br>Do Diário OnLine

Os espaços são gratuitos, contam as histórias das cidades, expõem obras de arte e incrementam a cultura da população. Tinham tudo para estar lotados, no entanto, os 12 museus do Grande ABC lutam para aumentar o número de frequentadores.

Santo André e Ribeirão Pires são os municípios que mais possuem equipamentos do tipo, são quatro em cada cidade. O maior da região, em termos de acervo, também está em solo andreense. São 70 mil itens abrigados no centenário prédio do Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa, no Centro da cidade.

“O prédio é de 1914 e foi o I Grupo Escolar da Região do ABC. Na época, as meninas e os meninos eram separados e tinham salas distintas. Criado em 1982, o museu esteve um tempo no Paço e veio para cá em 1990. Hoje, temos fotos, documentos e objetos divididos em quatro salas”, conta Mayra Gusman de Souza, gerente de preservação do Museu de Santo André.

Apesar de ficar em espaço histórico e tombado pelos Conselhos de Defesa do Patrimônio Cultural Municipal e Estadual, o prédio tem pontos positivos e negativos. “Atualmente são 681 itens expostos, o que representa só 1% do acervo. Pelo número de objetos que conseguimos expor, o museu é pequeno, mas a estrutura é boa porque o pé direito é alto, então aqui é sempre mais fresquinho que lá fora, e a temperatura é a ideal para manter as peças em condições adequadas”, explica Mayra.

O espaço recebe, por mês, mil pessoas, cinco vezes mais do que os frequentadores no Museu Municipal de São Caetano, no bairro Fundação. Inaugurado em 1960, o equipamento ocupa hoje um palacete da família De Nardi.

O acervo são-caetanense tem cerca de cinco mil peças, entre objetos pessoais, obras de arte e artefatos que contam a história da cidade, como por exemplo o sino do século XIX da antiga matriz, de 1883, que pesa 86,5kg. A maioria dos itens são doações de famílias. “Temos dois problemas aqui: a estrutura do prédio e a falta de espaço para expor as peças”, diz Caio Bruno Siqueira de Paulo, supervisor do Museu Municipal de São Caetano.

Até hoje, as pessoas vão até o local para fazer doações. “Temos uma comissão que avalia os valores históricos dos itens e se aceita ou não como parte integrante do museu. Há casos que realmente os produtos não são aquilo que as pessoas pensam”, afirma o supervisor.

Para comemorar os 140 anos do município e estimular a visitação – são cerca de 200 pessoas por mês que passam por ali – a ideia é fazer uma programação especial em julho, com exposição fotográfica. “Estamos num bairro no qual a cidade nasceu, e com o museu buscamos criar essa cultura de preservação da memória não só de São Caetano mas de toda a região.”

Em São Bernardo, o museu é em forma de arte. A Pinacoteca da cidade, inaugurada em 1980, possui 1.446 obras de 538 artistas, que são visitadas por aproximadamente 600 pessoas por mês. “O consumidor da arte é mais restrito, então cada exposição traz o seu determinado público. Tem mês que vem menos, tem mês que vem mais”, diz Gonçalo Pavanello, curador do espaço.

Com auditório, salas fixas de escultura, oficinas, arte-terapia e também uma biblioteca de arte, a proposta da nova administração é fazer as exposições rodar entre 30 e 45 dias. “Antes, cada uma ficava exposta entre dois e três meses. Temos bastante material no acervo e com esse rodízio, podemos conseguir mais visitantes”, afirma Pavanello.

Em Ribeirão Pires, apesar de a Prefeitura ter afirmado que mais de 33 mil pessoas passaram no Museu Histórico Municipal Família Pires somente este ano, a média de visitantes de 2016 e 2015 foi de 8 mil em cada ano. A explicação, segundo o Paço, é devido à mudança de lugar, que passou de uma sala do Teatro Municipal Euclides Menato para sua sede definitiva no Centro de Exposições e História Ricardo Nardelli.

O equipamento de 1983 – há outros três museus na cidade – é o maior do município e abriga 16.538 itens, entre fotos (10 mil em formato físico), documentos e objetos que sintetizam a memória coletiva de Ribeirão. “O Museu Histórico Municipal é organizado por ambientes e inaugura hoje o Projeto Casa Ribeirão-Pirense, que se propõe a remontar uma típica casa de imigrante do começo do século XX e destacar objetos que oferecem ao visitante a experiência da memória de uma cidade construída por operários e comerciantes”, diz o Paço por meio de nota.

Já a história de Mauá é contada por meio do acervo com cerca de 10 mil objetos do Museu Barão de Mauá, inaugurado em 1982. Segundo a Administração, cerca de 3 mil pessoas passam mensalmente no local para conhecer objetos, fotografias, livros e periódicos. “O museu está localizado em uma autêntica casa bandeirista do século XVIII e, a despeito de provavelmente jamais ter sido visitada pelo Barão de Mauá, atribui-se a essa fama o fato da casa ter se mantido preservada até os dias de hoje.”

O mais novo de todos é o MAP (Museu de Arte Popular) de Diadema. Inaugurado em 2007, conta com aproximadamente 800 obras entre pinturas, objetos, esculturas e xilogravuras, segundo site da Prefeitura. A Administração foi procurada para dar mais detalhes sobre o espaço, como número de frequentadores, mas não se pronunciou.
Apesar da luta para difundir o papel dos museus na região, quem trabalha na área se sente privilegiado. “Sou museóloga e estudei para estar aqui. Estou à frente do Museu de Santo André há três anos e é um privilégio trabalhar com história. Cada dia a gente descobre novidades diferentes, é um aprendizado contínuo”, disse Mayra.

Das sete cidades, somente Rio Grande da Serra não possui museu.

Serviço
São Bernardo

• Pinacoteca de São Bernardo
Rua Kara, 105, Jardim do Mar. Tel.: 4125-4056
Visitação: de terça -feira a sábado, das 10h às 18h, e quinta -feira , das 10h às 21h.

Santo André
• Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa
Rua Senador Fláquer, 470, Centro. Tel.: 4427-7297
Visitação: segunda -feira a sexta -feira , das 8h30 às 16h30 e sábado, das 9h às 14h30

• Sabina Escola Parque do Conhecimento
Travessa Juquiá, s/n, Paraíso. Tel.: 4422 2000
Visitação: sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

• Museu Escola de História e Cultura Cigana
Rua Igaraçu, 147. Vila Floresta. Tel.: 4426 6857
Visitação: terça -feira a domingo, das 9h às 18h

• Museu Tecnológico Ferroviário de Paranapiacaba
Vila Ferroviária de Paranapiacaba – Castelinho. Tel: 2695-1151
Visitação: sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.
Valor: R$ 5

São Caetano
• Museu Histórico Municipal de São Caetano do Sul
Rua Maximiliano Lorenzini, 122, Fundação. Tel.: 4229-1988
Visitação: segunda a sexta -feira , das 8h às 17h.

Diadema
• Museu de Arte Popular
Rua Professora Vitalina Caiafa Esquível, 96, Centro. Tel: 4051-5408
Visitação: de terça a sexta -feira , das 10h às 19h, e sábados, das 13h às 18h

Mauá
• Museu Barão de Mauá
Avenida Getulio Vargas, 276, Jardim Guarani. Tel.: 4519-4011
Visitação: segunda a sexta -feira , das 9h às 16h, sábados, das 9h às 15h

Ribeirão Pires
• Museu Histórico Municipal Família Pires
• Pinacoteca Municipal Guilherme de Carvalho Dias
• MAAC (Museu Aberto de Arte Contemporânea)
Centro de Exposições e História Ricardo Valeriano Nardelli - Rua Miguel Prisco, 286, Centro. Tel.: 4825-9049
Visitação: terça a sexta -feira , das 8h às 17h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.

• Museu Ferroviário
R. do Comércio, 05, Centro. Tel.: 4824-1412
Visitação: quarta -feira a domingo e feriados, das 10h às 19h




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados