Revolução tridimensional

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Mikael Schumacher

A proposta da tecnologia 3D nos revestimentos veio para ficar”, afirma a arquiteta Thais Kalitin, da Kalitin In­te­rio­res. Os árabes foram os primeiros a utilizarem a cerâmica como revestimento. A palavra ‘azulejo’ tem sua raíz em ‘azuleicha’, que significa pedra polida. Além do brilho e impacto estético, a peça também servia como isolante térmico, sendo mais resistente à água em comparação a outros materiais, como a madeira, por exemplo.

Na invasão islâmica da Península Ibérica esse tipo de revestimento foi di­fundido na região e, consequentemente, chegando a toda Europa. No Brasil, a herança dos azulejos veio dos nossos colonizadores. Os lusitanos são mun­dialmente conhecidos pelo ‘azulejos portugueses’, que variam entre pinturas ou padrões de desenhos geométricos.

Nas casas brasileiras, sempre foi comum o uso de azulejos, principalmente como revestimento de paredes de cozinhas e banheiros. De uns dois anos para cá, esse cenário vem mudando. Cerâmicas e porcelanatos que simulam pedras naturais e madeira ganham destaque nas reformas. O preço reduzido e as facilidades na manutenção e instalação aumentaram o interesse pelo produto.

Algumas peças não dão somente a sensação visual, mas também possuem textura parecida com pedras e madeiras rústicas. ”O efeito saliente e o visual são quase o mesmo do natural, mas a manutenção e os cuidados são bem menores. As imitações acabam saindo mais baratas, geralmente uma di­fe­ren­ça de quase 40% do valor em comparação com o natural”, explica a arquiteta.

Mesmo com essa gama de benefícios, a arquiteta alerta para a decisão da escolha do tipo de revestimento. Principalmente para analisar se as indicações de fábrica são compatíveis com o lugar que se pretende instalar o material. “Há muitas facilidades no cuidado do piso, mas sempre tem de ficar atento às orientações do fabricante”, salienta a profissional.

A designer de Interiores Eloisa Rosseto não tem preferência pelos ma­te­riais naturais dentro de casa, mas sim nas áreas externas. “Numa piscina de­ve-se dar preferência para as pedras naturais, no interior não há tanta diferença.” Para a profissional, a questão dos preços não é tão clara assim, e que outros fatores podem influenciar no custo final dos produtos “No caso do mármore há porcelanatos que são mais caros que a pedra em si. Depende do tratamento e do material”, exemplifica.

Além da facilidade na instalação, o revestimento 3D criou novas possibilidades de ambientes. “Outra coisa interessante dessa tecnologia é poder ter madeira em locais úmidos, como piscinas e banheiros sem muita manutenção. Nenhum cuidado especial. Uma vez que, teoricamente, é apenas um piso”, acrescenta Eloisa.




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