Decorar é arte

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Isabela Treza

 

Saber deixar a casa com o verdadeiro sentido de lar doce lar requer toques pessoais que fazem parte da decoração. Eles transmitem aconchego e identificação, imprimindo o estilo do dono no local. E o caminho é dar atenção aos objetos, cores e móveis.

Depois de se casar, a turismóloga Tatiane Lima, 34, sentiu a necessidade de decorar a própria casa. Porém, junto ao matrimônio vieram diversas contas que o casal não estava acostumado a assumir quando morava com os pais. O jeito é ter paciência. A jovem revela que prefere esperar para comprar algo que realmente gosta. “Vale a pena porque a casa vai ficando do jeito que você quer, mesmo que demore um pouco”, partilha.
 
Tatiane costuma pesquisar bastante na internet e em lojas físicas. “Entro muito em sites de decoração para ter uma ideia de como montar a minha. Faço questão de buscar aquilo que me agrada. Se vejo que é muito caro vou para outra opção, mas se esta cabe dentro do orçamento a gente faz uma força”, explica a jovem.
 
De acordo com a arquiteta Thais Kalitin, a primeira coisa necessária a ser observada é a funcionalidade do cômodo que deseja decorar. É preciso pensar no objetivo de uso daquele espaço, o tamanho dos móveis que existem ou que serão colocados. “Depois de respondidas essas perguntas, o ambiente pode se tornar, junto com a decoração, confortável e sofisticado, com a cara da pessoa que vai usar. Mas a funcionalidade vem em primeiro lugar”, ressalta.
 
A especialista também lembra que sempre vale a pena investir na decoração dos cantos da casa, pois são neles que se pode colocar pequenas peças que vão evidenciar e enriquecer o ambiente, como porta-retratos, livros, peças de viagens, decorações mais baratas ou mais sofisticadas, que acabam compondo aquele móvel. “Vale tudo para deixar o canto vivo. Falo que é a cereja do bolo. Mesmo tendo boa composição de papel de parede, tapete e móveis, a decoração traz vida”. Os vasos com plantas também cumprem bem o papel. Segundo Thais, a iluminação também é um dos fatores de grande importância na decoração.
 
 
Já para a arquiteta Tatiana Valerio, o ponto principal é o dono pensar nas coisas que gosta para não deixar o ambiente monótono. “Na hora de ir atrás de tudo é muito importante o mapeamento do que se quer fazer e, principalmente, saber o que gosta e no que quer investir”. De acordo com a profissional, a questão da decoração também é conhecida como produção, justamente por mudar o ambiente. O ‘truque’ está em saber ‘brincar’ com os adereços, que podem transformar e saem mais em conta do que mudar o móvel. “Sempre falo para o cliente que ele pode comprar alguns enfeites e deixar na manga para eventos ou usar quando está cansado e quer mudar a cara da decoração. Por exemplo, você tem um sofá e joga um xale, uma manta, muda as almofadas. Então ele vai de sofisticado a casual rapidamente. É investimento que vale a pena”, aconselha Tatiana.
 
Como é fácil conhecer a personalidade de dono da casa por meio da decoração, a dica, segundo a aquiteta, é aproveitar e ousar. “Se gosta de música, pode expor os CDs, LPs ou até uma vitrola que pode fazer um megaefeito. Além de ser um hobbie, vai deixar o lugar muito bacana”, recomenda.
 
Entre tantas opções, o preço pode fazer a diferença. “É sempre importante pesquisar. A dica é mapear o que tem para produzir, quer dizer, se tem mais estante, criado-mudo, mesa de centro, mesa lateral, cristaleira”, exemplifica. O dono pode fazer mescla entre peças mais baratas e mais caras. Um vaso de cristal de murano de até R$ 2.000 é item de luxo. “Investir em obra de arte sempre é bacana, porque acompanha o dono pelo resto da vida”, finaliza.
 
Nem sempre cores fortes destacam
Além dos enfeites e objetos, na hora de escolher as cores é necessário um pouco mais de cuidado. “Falar de cor para ambiente não é tão simples assim. Tem de pensar no estilo de cada cliente”, explica a arquiteta Thais Kalitin. Para ela, se o dono do cômodo gosta de objetos coloridos, as paredes podem ser mais claras para evidenciar as peças menores. Já se a casa tiver cores mais neutras é possível utilizar cores mais fortes que destaquem as paredes, piso, teto e até o roda pé.
 
hora de pensar na cor é preciso observar como está a “gama cromática do que você possui”. Sendo assim, se ela for mais básica, em tons de bege, cinza, fendi, off white, madeira clarinha ou branca, é gama neutra. Então pode-se fazer “tom sur tom”, isso quer dizer, usar cinza mais forte, café com leite, marrom, verde-oliva ou madeira mais escura. Já se quiser pode usar vermelho, laranja queimado, amarelo, verde pistache, preto ou azul, que são cores que dão mais destaque. Mas é bom saber: “As cores mais fortes cansam mais, por isso o ideal é ter sempre alguma opção na manga para mudar quando quiser”.
 

 




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