Ricardo Lísias aciona Ministério Público por censura em um de seus livros

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Vinícius Castelli<br>Do Diário do Grande ABC

Depois de ter o livro O Céu Dos Suicidas (Alfaguara, 2012) impedido de ser lido em sala de aula por alunos do 3º ano do ensino médio da Sesi-SP de Santo André, unidade do Parque Jaçatuba, no primeiro semestre, o escritor paulistano Ricardo Lísias enviou esta semana documento denunciando o caso ao Ministério Público. O veto à sua publicação foi noticiado pelo Diário em setembro.

A leitura, que, como o nome sugere, fala sobre suicídio, foi indicação de um professor, que foi demitido tempos depois. Segundo o Sesi, a causa dessa decisão não teria sido em razão da sugestão do livro pelo docente.
Para a equipe de reportagem, o escritor explica que resolveu acionar o Ministério Público após ter tido uma reunião com o coordenador geral do Sesi, segundo ele, uma pessoa muito simpática e atenciosa. Na ocasião, ele pediu a recontratação do professor demitido. “A diretora da escola e o coordenador pedagógico-geral que foram hostis”, explica. “Me retirei da reunião ontem (segunda) quando notei que havia ali formada uma estrutura autoritária”, afirma.

Ele espera que o Ministério Público tome uma ação preventiva para que esse tipo de situação não aconteça de novo. “Ao mesmo tempo em que as comissões de direitos humanos nos garantam o cumprimento da Constituição e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que garantem pluralidade de ideias sem punição ao trabalhador.”

Por meio de nota, o Sesi afirma que as diretrizes da proposta pedagógica do Sesi-SP aplicadas ao ensino médio são planejadas de acordo com fundamentos da Base Nacional Comum Curricular e de material didático próprio. “O plano escolar das nossas unidades é elaborado por comissões de docentes e especialistas em educação e o uso de livros paradidáticos é incluído pelos professores no planejamento escolar a cada bimestre. É importante esclarecer que o livro em questão não constava da lista apresentada previamente.”

E acrescenta: “No mês passado, por exemplo, foram intensificadas ações em todo o Estado na campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. Não compactuamos com a censura a temas ou a obras, pois esta prática contraria frontalmente a concepção de educação da rede”. Quanto à demissão do docente, disse promoverem mudanças da equipe de colaboradores quando julgam necessário.




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