Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (IPOM) revela que sete em cada dez pessoas que moram em cidades com mais de dois milhões de habitantes possuem algum tipo de transtorno psíquico. Foram avaliadas cerca de duas mil pessoas, entre 20 a 50 anos, moradoras de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza.
Segundo a psicoterapeuta Myriam Durante a vida agitada nas grandes cidades precisa ser repensada, visando o equilíbrio mental de seus habitantes. “Os moradores dos grandes centros estão à beira de um ataque de nervos. Diariamente eles são acometidos a uma carga negativa muito forte e não estão conseguindo lidar com isso. As consequências para a saúde a médio e longo prazo podem ser devastadoras caso essas doenças não sejam tratadas”, alerta a especialista.
Stress, ansiedade, insônia, depressão, ataques de pânico e agorafobia, foram alguns dos problemas identificados pela pesquisa. Entre as causas foram apresentadas superlotação e atrasos dos transportes públicos, trânsito caótico, excesso de tarefas desempenhadas durante o dia, longas jornadas de trabalho e pressão de prazos, horários e compromissos.
O mais espantoso, ainda segundo a profissional, é que a grande maioria das pessoas passa a achar essas ocorrências comuns e tende a se acostumar com a situação. “Poucos procuram ajuda de um profissional. A maioria, 72%, percebe os sintomas mas não recorre a nenhum tipo de especialista. Somente quando a parte física já está comprometida e o corpo debilitado é que buscam tratamento. No entanto, o ideal é que a pessoa, ao perceber os primeiros sintomas já recorra a um especialista, que poderá indicar os melhores tratamentos para retomar o equilíbrio”, explica a psicoterapeuta.
Principais sinais de alerta:
- Dificuldade de concentração
- Fadiga contínua, dia após dia
- Irritabilidade
- Problemas para adormecer ou para permanecer dormindo e um sono que raramente é revigorante e satisfatório
- Inquietação, geralmente ficando assustado com muita facilidade
- Ansiedade em excesso
- Tristeza sem motivo
- Vontade de ficar isolado
- Tensão muscular (tremedeira, dores de cabeça)
- Problemas de estômago, como náusea ou diarreia